18/12/2013
Professor Feliciano Pinto
Grande Mestre da Neurocirurgia
25/09/1922
15/12/2013
Com a morte do Prof. Feliciano Pinto, ocorrida no último dia 15 de dezembro, a Academia Brasileira de Neurocirurgia perde o mais importante de seus membros em todos os tempos. Não há como pensar na ABNC sem que venha na mente a figura do grande mestre. Para ele a Academia era como “membro da família”, lutou por ela como faria pela sobrevivência de um filho. E de fato, a ABNC não teria sobrevivido se não contasse com a força e empenho do Prof. Feliciano.
O Professor Feliciano Pinto nasceu em setembro de 1922, na cidade do Rio de janeiro. Antes de ingressar na medicina, se formou em odontologia e trabalhou como dentista durante todo seu curso de medicina. Deu seus primeiros passos na neurocirurgia sob a orientação do Prof. Portugal e teve como contemporâneo o seu grande amigo Prof. Mário Coutinho.
Ainda no início de sua carreira, ganhou uma bolsa de estudos na Alemanha e com muito sacrifício e dedicação conseguiu superar a dificuldade de deixar no Brasil seus três filhos pequenos naquela época.
Ao retornar ao Rio de Janeiro montou seu consultório e um pouco mais tarde assumiu o comando dos serviços de neurocirurgia no Hospital Adventista Silvestre e outro no IASERJ e logo em seguida o serviço de neurocirurgia do INCA onde trabalhou até sua aposentadoria.
Dr. Feliciano era um professor nato. Passava seus ensinamentos como se fosse o pai de todos seus discípulos, com o carinho e rigor necessário. E se divertia com seus alunos como se fossem amigos e colegas de classe. Os que tiveram a oportunidade de participar dos cursos em Berlim tutorados por ele, conheceram bem este seu lado brincalhão e relaxado.
Em 2009, quando visitou a sede da Academia Brasileira de Neurocirurgia pela última vez, concedeu uma entrevista onde deixou registrado:
“Eu sempre fui obcecado pela minha profissão e pela Academia. Lutei muito para o seu crescimento e principalmente para que um dia tivesse sua própria sede. Quando recebi a secretaria, que antes estava com o Renato Barbosa, o que tínhamos era um desses armários de aço com algumas pastas. Com muito sacrifício e economia de “português pão-duro”, conseguimos comprar a primeira sede na Barra da Tijuca e posteriormente compramos este espaço e transformamos nesta linda sede, aqui na rua da Quitanda.”
E ao ser informado de que naquele ano a ABNC já contava com mais de oitocentos membros, arrematou:
É isto mesmo?!
Não vai deixar morrer não viu!
Hélio Ferreira Lopes